A visão por outro lado.

Posso estar enganado, mas estes recentes ataques ao Rio de janeiro em ações coletivas e terroristas me soam alguma quebra de acordo entre os Bandidos “comuns” e os que usam terno e gravata.

Logo após as eleições?

Não é muita coincidência?

 

E como coincidências  não são muito comuns nesses jogos políticos onde tudo é planejado, calculado, acordado, revisado e programado, me parece que alguma coisa saiu do controle.

A Guerra no Rio de janeiro não é de hoje. 

 

A nossa sensação de medo, desespero e surpresa também tem como variável a forma como a imprensa e os meios de comunicação tratam do assunto.  A violência pode diminuir ou aumentar de acordo com estatísticas que sustentem interesses econômicos, como por exemplo, a conquista do direito de sediar uma Copa do Mundo ou uma Olimpíada.

 

É um assunto a se pensar... Mas não o principal nesse momento.
O Papel da imprensa séria é fundamental no esclarecimento dos fatos.

 

O Estado justifica este ataque coletivo como uma reação contra as UPPs? 

Respeito muito o secretário de segurança do Rio de janeiro.

 

Beltrame é um homem sério, bem intencionado, com atitudes respeitáveis. Porém, sabemos que o problema esta muito além do alcance de suas iniciativas.

 

Não adianta assistir Tropa de Elite 2 e concordar com a visão do excelente filme. O Capitão Nascimento demorou um pouco, mas conseguiu identificar a raiz do problema. Mas e o povo brasileiro, entendeu?

 

É muito complicado explicar a quem não tem qualquer interesse por política qual é a origem desses transtornos e a simbiose que existe funcionando perfeitamente bem entre bandidos, políticos, juízes, Ministros, Banqueiros, traficantes, países e suas economias globalizadas.  É uma questão tão profunda e tão estrategicamente pensada para gerar falsas verdades e legítimas mentiras que o cidadão comum fica sempre com a impressão de que o discurso vindo das autoridades é a interpretação a ser levada a risca como conduta, quando no entanto existem dezenas de interesses travestidos nessa retórica de um sistema falido e que já se comprovou ineficiente.

Leia-se cidadão comum aquele que precisa trabalhar o dia inteiro, tentar estudar, sustentar sua família com um salário patético e não desfruta de qualquer direito garantido pela constituição.  Praticamente, Todos nós.

É um número Pífio de brasileiros que de fato tenta observar por uma ótica que não seja contaminada pelo senso comum. Pelos interesses daqueles que mandam e desmandam no que a população pode ou não saber.

 

A menos que você decida estudar, ler a respeito, se aprofundar nas questões obscuras do problema, o discurso paradigmático perdurará.

As imagens que circulam e chocam o mundo nesse momento são reflexo de um abandono de muitas décadas.  O Estado foi empurrando com a barriga temas fundamentais para  o saneamento de uma grande cidade. Ignorando o crescimento do poder paralelo que em muitas comunidades faz exatamente o papel que os governantes deveriam prestar.

 

A sociedade brasileira se acostumou a achar que se resolve o problema da violência somente com a polícia. Que com patrulhamento das vias e a repressão nas comunidades carentes o transtorno estaria resolvido.

 

Pura ilusão.

 

Não existem políticas preventivas por aqui,  simplesmente porque o clichê nos ofertam o conhecimento de que não há interesse e jamais houve em algum momento, na transformação da situação histórica de colônia de exploração dessa nação. Somos todos escravos de pequenos grupos que comandam este território como se estivessem conduzindo gados ao pasto.

 

Eles se institucionalizaram a corrupção. Essa falsa democracia que distribui a Coronéis, empreiteiros, empresários e todo tipo de sanguessugas, poderes extraordinários que lhes mantém acima da lei, do bem e do mal.

 

Historicamente sempre nos omitimos com relação a educação, aos valores e princípios que fazem de uma sociedade um bem coletivo. O Brasileiro é um povo cordial, solidário com as tragédias alheias mas que não enxerga o bem público como sendo dele e que goza da condição de analfabeto político com ar de deboche e regozijo por não se responsabilizar pelas tarefas que cabem a um cidadão na organização e manutenção de sua cidade, estado ou país.

 

 

Quando explode um conflito de grandes proporções, surge de vários setores da sociedade gente com discursos simplistas, desejos imediatos de soluções e todo tipo de argumentos sem qualquer embasamento que possa de favorecer ou dar luz a algum mecanismo que de fato nos ajude a esclarecer e entender o contexto.

 

 

Ignoram completamente as variáveis que se alinham no desenrolar de um fator histórico que serve como corrente aos nossos pés: A omissão do Estado e a conivência da sociedade com a impunidade, as injustiças e a corrupção institucionalizada. Tanto nos setores mais altos quanto no útero das famílias despedaçadas pela nova ordem de valores e comportamentos individualistas e egoístas.

 

Podemos começar nos questionando: a quem interessa a manutenção dessas falsas idéias e da ignorância da população.

 

Depois podemos nos perguntar: por onde entram as drogas e as armas que vemos nas mãos dos Bandidos?

 

Maconha se planta no Brasil, mas Cocaína não. Existem TRÊS  países que possuem lavouras de COCA. Bolívia, Peru e Colômbia. Com ênfase nos dois primeiros. Se levarmos em consideração que a EUROPA e os ESTADOS UNIDOS, grandes consumidores de Cocaína, usam o Brasil como rota do Tráfico e conhecem bem os territórios onde estas substâncias são produzidas, porque ainda não resolveram a questão?

 

 

Vale lembrar que a indústria Bélica americana, que faz suas propagandas de armas nesses filmes de Hollywood que nós adoramos assistir, promove a venda de seus produtos tanto para quem reprime quanto para quem se sustenta do Tráfico. É um mercado GLOBAL.

 

 

Há que se considerar que o interesse financeiro na manutenção de guerras e sistemas falidos como o nosso é que promove lucros estratosféricos para todo tipo de empresários e políticos. 

 

 

Recentemente a ONU divulgou um estudo que concluí que o combate ao TRAFICO DE DROGAS NO MUNDO não resultou em NENHUM avanço ou medida positiva. Tanto o comércio quanto o consumo em escala mundial aumentou e a política de repressão que é comandada pelos ESTADOS UNIDOS, falhou.

 

Na Europa existem países que já consideram a hipótese de usarem os números do mercado ilegal como PIB em suas economias.

 

 

Sabe-se que essa indústria de entorpecentes ILEGAIS é a mais lucrativa de todas. Sabe-se também que o dinheiro que circula pelas economias de todos os países envolvidos passa pelo sistema financeiro LEGAL. Bancos, indústria, bolsa de valores e é lavado com uma série de operações que privilegiam autoridades dos mais altos escalões.  Bem vindo a globalização do Crime.

 

 

 

Por que não nos questionarmos também sobre o interesse da INDÚSTRIA Farmacêutica nesses negócios ? Consegue encontrar algum elo entre todos estes setores?

 

 

Voltando ao Brasil, e rumando para o Rio de janeiro. Sabemos que as autoridades policiais sérias, sofrem com alguns de seus comandos e com boa parte de seus homens envolvidos diretamente com o Tráfico de Drogas. Vendendo armamentos, extorquindo bandidos, negociando territórios, facilitando a entrada de facções rivais em conflitos entre as Gangs, oferecendo proteção aos marginais e fazendo desse caixa 2 seu principal meio de vida. Em outras palavras, a Banda podre da Polícia e os Marginais que vemos correndo pelas favelas, são aliados antigos e se sustentam além de formarem a base para muitos políticos.

 

 

Não interessa acabar com o Tráfico de Drogas, porque não interessa perder os lucros que ele oferece a muita gente importante.

 

 

Esses que vocês assistem morrendo nas telas da TV e que vendem milhares de exemplares de jornais, são meros soldados que não valem nada, nem para o Estado e nem para quem os explora.  Mas é importante combatê-los? Sim. Mais importante ainda é evitar que outros JOVENS busquem o tráfico como opção.

 

 

O argumento mais simplista é o de colocar a culpa de ANOS de descaso, Décadas de omissão, Séculos de corrupção no usuário de drogas.

 

Este é responsável pelo sustento do crime?

 

Sim, sem dúvida.

 

Assim como todas as pessoas que se utilizam de sistemas ilegais no Brasil. Desde o comércio de Botijões de Gás , GatoNet e outros “produtos” vendidos também por Facções milicianas, até a compra de jogos piratas de Videogame, programas de computador e filmes. No fim, todo esse dinheiro servirá para comprar armas, munições e distribuir o poder.

 

 

Quem se salva?

 

 

Para modificarmos estas questões, devemos levar em consideração diversas questões importantes.

 

Por exemplo:

 

 

- Reformas políticas profundas.

 

- Atualização do código penal que é de 1940.

 

- Reforma tributária

 

- Melhora dos salários de policiais, Professores, Médicos.

 

- Fim da Imunidade Parlamentar.

 

- Fim do voto secreto no Congresso.

 

 

Muitas dessas questões deveriam ser levadas a plebiscitos populares. Nós deveríamos decidir e não aqueles que perpetuam este sistema falido.

 

 

E mais uma série de transformações que atinjam o coração do problema.

 

Desvio de verba pública deveria ser CRIME hediondo.

 

 

Enquanto os bandidos de terno e Gravata estiverem protegidos pelas leis que eles mesmos criam, nós estaremos expostos a violência e sendo jogados uns contra os outros.

 

 

Enquanto você pensar que isso tudo não é problema seu, estaremos fadados ao fracasso coletivo.

Por isso gosto tanto dos textos das letras,não na verdade do poeta Tico!!!!

Por tudo isso,e muito mais.